quinta-feira, 24 de junho de 2010

Jovem e inocente

O meu primeiro amor!... Achava que eras perfeito! A melhor pessoa do mundo! Então comecei a desenvolver-me, a desenvolver-te, a desenvolver-nos enquanto namorados. Sonhei com uma vida contigo! Como seria no futuro, se ficaríamos juntos para sempre... Dizias-me que sempre era uma palavra muito forte, que não sabias se íamos aguentar tanto tempo.
Deixaste-me. Foi como se a maior e mais violenta catástrofe natural tivesse começado a ruir mesmo em cima da minha cabeça! Achei que seria o fim do mundo, que nunca mais ninguém me ia querer. Fiquei cheia de complexos em relação à minha pessoa, por causa de todos os disparates que me dizias. E eu, inocente, acreditei que as tuas palavras eram máximas na minha vida. Ainda não sei se foste tu quem me destruiu, se fui eu que te deixei destruir-me ou se fui eu que me destruí.
No entanto, acabou. E para acabar são precisos dois.
Tu não demoraste tempo nenhum a arranjar outra rapariga. Sabias bem como seduzi-las, e dar-lhes conversa... Agora eu, que sempre fui um tanto tímida, apenas conheci imensas novas pessoas, coisa que odiavas que eu fizesse, ciúmes, possessão, sei lá...

Era o fim.



E, certo dia, mudou tudo! Vi-o pela primeira vez, ele era, sem margem de dúvida, a pessoa mais fofinha do mundo! Alto, bonito, sorriso enorme, pele morena, cabelo escuro, olhos profundos. Aquele sentimento, que julguei nunca mais recuperar, foi substituído por uma mistura de sensações, emoções, admirações, tudo!
Conheci-o e apaixonei-me ainda mais por ele! Era, provavelmente, o rapaz mais bonito dali e, provavelmente, o mais querido, procurado... E eu, a miúda gorda e feia, consegui despertar nele algo que mais ninguém despertára, algo especial, algo único.
Foi aí que voltaram todos os sonhos: Casa grande, mas simples, com um grande jardim à volta para os nossos cinco filhos e o nosso cão correrem à vontade! Piscina pequena para os miúdos, uma grande para nós e um jacuzzi. Uma grande sala, também no exterior, com grandes janelas de correr, onde festejariamos tudo e mais alguma coisa: aniversários, natais, passagens de ano, comunhões; onde organizariamos grandes jantaradas com os amigos e a família. uma vedação com um muro baixo e, em cima, aqueles arbustos sempre bem aparados. Um portão em ferro branco e, na parede, azulejos com o nome da nossa família. Férias na aldeia, em casa dos meus avós, que um dia será minha também. Sair todos os dias pela madrugada, deixando na mesa o pequeno almoço pronto, para ir buscar os legumes e os frutos frescos, como ele gosta.




Por ele, faria tudo!

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